Reflexões sobre Aprendizagem e Talentos para 2021

 Entre 2000 e 2003, percorri 150 km diariamente, até a cidade onde estudava, para concluir a graduação. Hoje, estudantes não precisam mais sair de suas casas, a não ser que seja por uma opção.

Para finalizar a especialização e pós-graduações, estive presente, religiosamente, em cada aula presencial. Hoje, nas aulas de pós-graduação que ministro, adaptei as dinâmicas e conteúdos para atender os anseios dos queridos alunos que, em sua maioria, conheci apenas nas câmeras de videoconferência. 

Na vida executiva, contratei pessoas talentosas que, sequer, tive oportunidade de dar um abraço de boas-vindas. Aliás, o movimento de mudança para grandes cidades, onde as maiores oportunidades se concentravam também se modificou. Vejo pessoas talentosas sendo contratadas, independentemente de onde vivem.

Apoiei líderes que buscavam desesperadamente soluções para gerenciar seus times em home office, procurando respostas para perguntas até então impensadas.

Fechei negócios sem, sequer, tomar um café e apertar as mãos do novo cliente.

O ponto aqui é que os paradigmas vêm sendo revisitados e, especialmente neste ano, foram acelerados.

Desconsiderando os efeitos trágicos e dolorosamente marcantes, temos um mundo modificado, por nós mesmos, seres pensantes que se adaptaram com novos olhares para o diferente.

Em 2021, imagino os novos paradigmas se consolidando, novos líderes para um novo momento e a confiança como elo das relações. Nunca foi tão imperativo a humanização.

No mundo corporativo, vejo a tecnologia e a legislação se ajustando para responder às necessidades do trabalho remoto, tornando mais fluido todo esse processo.

A gestão de clima e de desempenho são desafiados. Processos engessados, gradativamente, estão ganhando novos contornos e significados. Percebo um movimento efetivo em direção à gestão do aprendizado organizacional, o aprendizado contínuo como competência essencial. O desenvolvimento profissional aponta para mudanças cada vez mais rápidas e o desenvolvimento das habilidades certas torna os conceitos de reskilling ou upskilling necessários.

Por fim, o conhecimento individual e organizacional ganhou uma tração significativa. Percebo iniciativas na direção de aproveitar o conhecimento interno, como vantagem competitiva. Isso parece um jargão, mas jamais havíamos acompanhado o crescimento de tantas startups que nasceram a partir de spin-offs, iniciativas de empresas tradicionais que estão desenvolvendo um novo mindset de inovação, para manterem-se vivas.

As reflexões são amplas e variadas, muitos modelos ainda em construção e meu desejo para este novo ano é que consigamos desafiar ainda mais o status quo, para que nossas vidas tenham novos significados.

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