Aprendizagem Organizacional como Fator Estratégico das Empresas

Aprendizagem, conhecimento, informação, são palavras que há pouco mais de 15 anos deixaram de ser exclusivamente ligadas “aos bancos de salas de aulas” e passaram a permear os pensamentos de muitos executivos, preocupados com a sobrevivência de suas empresas no século XXI.
A Qualidade já não é mais a garantia de fidelização de clientes. Com tantos programas que visam a melhoria contínua dos processos, produtos e atendimento, a qualidade deixou de ser um diferencial para se tornar uma obrigação. Como o foco mudou, entra em cena um novo diferencial, capaz de tornar as empresas mais competitivas, a partir da inovação proveniente da capacidade criativa de seus próprios colaboradores: O Conhecimento.
Se dividirmos numa linha do tempo a Evolução das Organizações, constataremos que existem duas grandes Eras: A Era Industrial e a Era do Conhecimento. A primeira, focada em controles rigorosos e na escassez de comunicação e autonomia, criando empresas extremamente engessadas, paternalistas e inapropriadas para os dias atuais. A segunda Era, conhecida como Era do Conhecimento, diminui as barreiras entre departamentos, pois utiliza como principal ferramenta a Comunicação, e valoriza o seu maior ativo intangível: O Capital Intelectual.

Para que as organizações nos dias atuais possam obter sucesso e construir um futuro sólido, elas devem “aprender a desaprender” e buscar “aprender o novo”, a pensar e criar uma gestão focada no aprendizado. Cada colaborador possui uma gama extensa de conhecimento, que pode ser dividido em: Explícito e Tácito.
O Conhecimento Explícito é mais fácil de ser dimensionado, pois, como a própria palavra diz, ele pode ser explicitado e disseminado através documentos, treinamentos e reuniões. O Conhecimento Tácito é mais difícil de ser coletado, pois provêm do cerne das pessoas, presente nas experiências passadas, emoções e insights, sendo sua natureza totalmente subjetiva.
Segundo Peter Senge, em seu best-seller A Quinta Disciplina, explica que para uma Organização passar a ser uma “Organização que Aprende”, ela deve entender e incorporar a prática de Cinco Disciplinas:
Domínio Pessoal: É enxergar como as pessoas estão no presente e qual o futuro que elas planejam, qual os resultados que elas esperam obter no futuro. Desta forma, possibilita a criação de um ambiente organizacional que estimule todos os participantes para alcançar as metas escolhidas.
Modelos Mentais: Tratam dos paradigmas, preconceitos e tudo aquilo que forma a visão que as pessoas têm do mundo. Esta disciplina auxilia a Organização a esclarecer e modificar a forma como as pessoas enxergam determinados fatos, contribuindo para mudança de atos e tomando decisões acertadas.
Visão Compartilhada: Estimular os grupos a planejar um futuro comum a todos. Fazendo com que busquem e compartilhem o bem comum.
Aprendizado em Equipe: Transformar Grupos em Equipes, ressaltando a importância da coletividade, valorizando o desenvolvimento de competências maiores do que a soma dos talentos individuais.
Pensamento Sistêmico: Conhecer “o todo” e estimular o entendimento das inter-relações que modelam o comportamento dos sistemas, buscando não apenas a resolução pontual dos problemas, mas sim, entender a razão e origem dos mesmos.
Organizações bem sucedidas são aquelas que utilizam o Conhecimento como um fator diferencial, estimulando a coleta, organização e disseminação dos conhecimentos explícitos de seus colaboradores, bem como, criando ambientes saudáveis, priorizando a comunicação, liberdade de pensamento, coletividade e aumentando a autonomia de seus colaboradores, permitindo o compartilhamento do conhecimento tácito. Desta forma, a “Organização que Aprende” utiliza o seu Capital Intelectual na geração de serviços e produtos inovadores, com maior agilidade e, acima de tudo, comprometida com o bem comum.

Nenhum comentário:

Postar um comentário