A gestão do conhecimento e a transformação digital

 Em minha jornada pelas áreas de Recursos Humanos e Tecnologia, venho enfatizando a Gestão de Conhecimento (GC). Acredito que identificar, organizar, armazenar e compartilhar o conhecimento é um dos processos organizacionais mais complexos e ricos, capaz de transformar qualquer empresa em uma “organização que aprende” e que usa estrategicamente esse recurso, se diferenciando da concorrência, pois o que move as pessoas nas empresas, o que as engaja e desafia a melhorarem continuamente são fatores intrínsecos, humanos e ligados ao processo de evolução, de aprendizado contínuo e colaboração.

Sou um defensor da GC aliada com a tecnologia da informação e tive a oportunidade de encontrar diversas pessoas entusiastas pelo caminho, mas nunca senti que esse tema realmente iria descolar da teoria e se tornar algo vivo nas companhias.

Entretanto, segundo a revista Você RH, na sua edição de Nov/Dez, 63% das empresas estão investindo em tecnologia para o setor de gestão de pessoas e 32% desse investimento é voltado em aprendizado digital. Além disso, o relatório global da consultoria Mercer - Talent Trends - 2019 destaca que a função do RH é melhorar o conteúdo e colaboração, que “Gestão do Conhecimento é a área nº 1 para investir em tecnologia para melhorar a experiência dos funcionários” e citam principais práticas que são necessárias, como: “o RH e TI trabalhando juntos para ajudar a gestão de conhecimento”.

Isso é impressionante! Um tema, aparentemente, antigo e tão atual ao mesmo tempo. Parece que a GC entrou na pauta dos debates organizacionais há uns 10 anos atrás e agora entendo que a vanguarda desse assunto realmente antecipava a necessidade do que ainda estava por vir.

Quando pensamos em GC, no universo da Educação Corporativa, existem muitas ferramentas que potencializam essa prática e trazem resultados positivos e extremamente significativos. Particularmente, eu gosto muito de aplicar o modelo 70:20:10, dos pesquisadores Morgan McCall, Michael Lombardo e Robert Eichinger, como framework de aplicação prática. Resumidamente, eles afirmam que os indivíduos obtêm 70% de seu conhecimento em experiências relacionadas ao trabalho, 20% em interações com outras pessoas e 10% em eventos educacionais formais.

No contexto informal da capacitação, ligados aos aspectos da colaboração, temos o coaching e a mentoria, sendo esse último tema bastante difundido ultimamente. O debate entre as diferenças e os aspectos que conectam essas duas práticas é muito rico. Sem contar as comunidades de prática, storytelling, blogs, wikis, gestão eletrônica de documentos, portais de aprendizado, podcast, simulações, sistemas de suporte ao desempenho de colaboradores e job shadowing.

Independente de qual caminho seguir, quais práticas adotar, o que tem fit ou não com a cultura organizacional, tudo está conectado à gestão do conhecimento e, em um mundo corporativo em transformação, seja pela cultura, pela digitalização, pela ressignificação de cargos ou pela diversidade da força de trabalho, desenvolver estratégias de GC é um dos caminhos possíveis, necessários e sustentáveis.

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